O que é Psicologia Selvagem?
Significa que aquilo que vivemos, experimentamos e compartilhamos é indivisível. Estive procurando por muito tempo um lugar indivisível, me parece que a escrita é este lugar.
Merleau-Ponty aponta que:
"A "resposta" está mais alta que os "fatos", mais baixa que as "essências", no Ser Selvagem onde eles estavam - por trás ou abaixo das clivagens da nossa cultura adquirida - onde permanecem, indivisos"["La «réponse» est plus haut que les «faits», plus bas que les «essences» dans l'Être sauvage où ils étaient indivis, et où, par-derrière ou par-dessous les clivages de notre culture acquise, ils continuent de l'être"]
(Le visible et l'invisible).
Uma Psicologia Selvagem é, portanto, aquela que nasce da minha própria história de vida, da minha experiência em primeira pessoa tal como indica a o último Husserl. Não posso falar de outra Psicologia senão daquela que vivo.
Infelizmente, o secularismo e o ateísmo se tornaram o caminho da Psicologia moderna, em seu desesperado anseio por emancipação. Ainda que ela tente a tudo conciliar, sob a égide do bio-psico-socio-espirito-cultural, sua lógica subjacente exige a separação de fatos, existência e essência.
Porém tudo que eu faço, tudo que eu tenho e tudo que eu sou, inclusive minha profissão, provém da minha essência e eu não posso negá-la: eu sou criado a imagem e semelhança de Deus. Mais do que isso, sou nova criatura em Cristo Jesus. Essa é a minha essência.
Quero escrever sobre o que vejo, ouço e aprendo de uma forma bruta e íntegra, sem clivagens ou processos de esterilização. Quero falar do Deus que se importa com nossas emoções, com nossos relacionamentos, com nossas feridas, com nossas conquistas, derrotas, medos, sonhos, calafrios, espirros e orgasmos.
Essa Psicologia Selvagem se rende ao Deus não domesticável, conhecido em Nárnia pelo nome de Aslan.
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Neemyas Dos Santos
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